sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Voto Dilma porque a verdadeira mudança perdeu no primeiro turno.


A presidente Dilma Rousseff (PT) e o candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves ( Evaristo Sa/Nelson Almeida/AFP)
O segundo turno das eleições presidenciais se aproxima e a polarização PT e PSDB se confirmou por mais uma vez. Ao eleitor desacreditado resta decidir por "Mais mudanças" ou "Mudanças totais". A questão notória para todos é que na verdade não haverá mudança alguma. Trocar Dilma por Aécio é trocar seis por meia dúzia. 

A verdadeira mudança ficou derrotada- infelizmente- no primeiro turno. Luciana Genro (PSOL) quarta colocada ou Eduardo Jorge (PV) tinham discurso exemplar de uma verdadeira mudança no cenário político brasileiro. Seja por defender questões ditas da minoria ou simplesmente por ter coragem de seja aonde for, inclusive em debate católico, bater no peito e lutar pela a criminalização da Homofobia, o debate sobre a legalização do aborto- que acontece diariamente e mata mulheres em todo o país- debate sobre a legalização da maconha, rompendo com essa guerra falida as drogas e a urgente política de desenvolvimento sustentável. A revelação das Eleições, Luciana, foi além: Taxar impostos altos para bilionários e mais baixos para os pobres. Romper com interesses. Isso sim seria um pingo de mudança no pântano da política do Brasil. 

Uma vez derrotados, voltemos ao segundo turno. Eu sou do grupo que ecoa por mudanças. Do grupo que não suporta mais falar em escândalos de corrupção, mal-feitos e PT. A alternância do poder é necessária para a sustentação de uma democracia plena. Tudo isso é incontestável. Acontece que os personagens desse segundo turno nos deixa em uma situação quase irreversível. O governo deficitário que aí está deixa a desejar em transparência e economia. Mas nunca antes na história desse país tanto foi feito pelo povo brasileiro. Palavras-chave que muito são repetidas e pouco são entendidas: ENEM, PRONATEC, PROUNI, FIES entre outras, romperam com a lógica falida do sistema educacional do nosso país. Hoje é possível que um estudante da cidade do Rio de Janeiro possa fazer vestibular ao lado da sua casa e decida tentar a vida em uma Universidade Federal na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, por exemplo. Tanto pode, que sou este exemplo. Nenhum dos programas sociais existentes no governo Federal é espetacular, mas merecem ter reconhecimento de ter feito, ao longo de 12 anos, uma política implacável pelo povo. São 50 milhões que recebem auxílio mensalmente, outros 30 milhões que deixaram a pobreza e/ou chegaram até a classe média. 

Não duvido das boas intenções do Aécio Neves. Porém, de fato, ele representa um partido com ideologias que vão na contramão do que o povo precisa hoje. Torço para que se eleito, continue com essas políticas citadas e as amplie. Mas não posso colocar meu voto em risco, tampouco a realidade brasileira em risco. Não foi assumido um compromisso claro em relação as universidades brasileiras, principalmente as do interior, que precisam muito dos recursos federais. A sustentabilidade foi citada pelo candidato, mas sem traçar metas ou programas. Desse modo é muito genérico, muito eleitoreiro. A confiança de um voto e o direito de governar o país por mais quatro anos pede muito mais do que isso. Além do mais, quem aceita apoio de um candidato conservador, que se intitula Pastor e defende família tradicional em rede nacional, não tem nada de novo ou mudança política. Alguns momentos, será necessário estar só do que mal acompanhado. O grande apoio de um candidato deve ser o povo brasileiro. Enquanto essa lógica não for colocada em prática, de que o povo é mais importante do que alianças políticas, mudanças não acontecerão.

É muito fácil ir pro lado que grita mais alto. Hoje o de rancor e decepção com o PT é muito alto e é mais cômodo escrever, apoiar e até votar conforme estão tentando colocar o cenário- com Aécio já em vantagem na corrida presidencial. Por isso, porém, que existem estudantes, pessoas humildes e brasileiros que sentem na pele o que é responsabilidade governamental. Hoje, quem é mais preparada para seguir quatro anos com o que já está posto é Dilma Rousseff. Não sou PT, muito pelo contrário. Mas a Universidade me ensina diariamente saber reconhecer o que deve ser reconhecido.

Em 2018 de fato poderemos lutar por mudanças. Torcer por uma Marina Silva independente, Luciana Genro, Eduardo Jorge e tantos outros competentes que existem e poderão representar o Brasil. Não me venham com Lula ou Fernando Henrique Cardoso. De passado o Brasil já tem muito museu. O país precisa de mudanças efetivas e dignidade. Por hora, prefiro cobrar quatro anos de algo que já sei o que tem de bom e ruim, do que começar do zero cheio de incertezas e deficiências históricas. 

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